Por Ednardo Max,
jornalista por formação
É no mínino viciante, assim como bebida que causa cirrose ou fumaça cancerígena. Estou preso a esta rede ou teia tecnológica e por mais que eu tente, não consigo sair. O sistema dita as normas, são regras inquestionáveis e sou apenas mais um entre milhões de usuários em busca de uma saída. Não consigo deixar de ler meus e-mails um dia sequer, prefiro twittar antes mesmo de dar bom dia aos colegas de trabalho. E faz tempo que não vejo o descanso de tela do meu PC. Mas é claro, não tenho dado descaso para mim mesmo!
Um capítulo de Lost ou Heroes por semana, um filme baixado antes de o mesmo ir para os cinemas, namorada virtual, provas on-line, chats, spans e mais spans de viagra, antes eu estivesse com 70 anos de idade. Que mundo é este? Tudo a um clique, não vejo esforço, ninguém mais usa o velho lápis preto e, 2.0, passou a ser a nova internet. São inúmeras redes sociais e eu me tornando cada vez mais anti-social. Já não saio mais, não conheço novas pessoas, me relaciono apenas via web, sou @, moderador, blogueiro, nº de ICQ, login, usuário master, adm, enfim, administrador. Mas será que eu tenho administrado alguma coisa de fato? Esse comportamento é geral, não somos casos isolados, mas sim, isolados num mundo projetado por nós mesmos. Não discutimos mais os filmes, apenas os paradoxos, como o de Jonh Connor em O Exterminador do Futuro.
Não apreciamos os clássicos, como Cantando na Chuva, nem ao menos nos molhamos mais, pois, já sabemos a previsão do tempo sem precisar sair da cadeira, não olhamos mais para os céus, mas sim para as telas de LCD, e, se não as possuímos ainda, torramos um salário inteiro para comprar essa coisa descartável. Gastamos altíssimos valores para criarmos casemods com luzes de neon em gabinetes monstruosos de até 10 baias. Beijamos o monitor e, esquecemos de quão suave é o beijo de uma mulher. Se a internet é um mar, então porque não conseguimos navegar de verdade ou, pelo menos, surfar em suas ondas. Não podemos, somos ineficientes, nosso sistema nervoso é passivo de ação. Nosso corpo, antes feito para se movimentar, tem se atrofiado cada vez mais.
Estamos num calabouço computacional, devemos ser uma nova extensão – um radical livre, porém, nem um pouco radical ou livres de verdade. Queremos nos libertar, mas quando procuramos pelo botão power para botar um ponto final nessa rotina que nos consome, apenas, conseguimos ver o reset da nossa existência e, por isso, vemos, mais uma vez, a logo do windows ou de qualquer outro sistema operacional.
Ótima matéria. Conta perfeitamente a realidade atual. Que pena que chegamos a este nível, e a tendência é só piorar =
Ótima matéria. Conta perfeitamente a realidade atual. Que pena que chegamos a este nível, e a tendência é só piorar =
Nossa!
Esse artigo descreve de forma poética a vida de muitos, inclusive a minha!
Fiquei sem computador em casa há alguns dias e aproveitei pra fazer coisas que não estavam em minha rotina, deixar por algum tempo a vida e o trabalho digital faz bem.
Eu somente não usaria esse título já que não se trata apenas do SO da Microsoft.
Parabéns Ednardo!
Caro Leonardo… por isso eu coloquei o final:
"… conseguimos ver o reset da nossa existência e, por isso, vemos, mais uma vez, a logo do windows ou de qualquer outro sistema operacional."
Obrigado Anderson, mas vc comentou duas vezes.. rs…
É, realmente comentei 2x .. É pq cliqei 2x no botao , internet lenta é ##
Como faz pra apagar um dos comentários? =
Bela criatividade rapaz, de onde vem essa inteligência?
Q nada manow… apenas vontade de escrever.
Max…falei, falei, e não vim aqui comentar. Adorei seu texto pela mistura legal que conseguiu fazer, de poesia e reflexão. Quanto ao conteúdo, isso rende uma tese de mestrado! A roda do tempo, a correria da vida conseguem nos absorver de tal forma ao ponto de nos alienar. Mas isso tem freio, tem volta. E seu texto aponta justamente isso. Só precisa querer pra sair da frente do computador e ver o horizonte. Sair da caverna (lembra de platão?) e descobrir que o virtual (as sombras) não passa de uma expressão distorcida do real. DA IMENSIDÃO que é a vida real. Me fez pensar, divulguei, adorei, parabéns…
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