De acordo com os números da Anatel, o Brasil possui atualmente 763 mil orelhões. Mas esta quantidade pode ser reduzida drasticamente: a agência está avaliando a possibilidade de eliminar até 60% dos telefones públicos, o que faria o total baixar para pouco mais de 300 mil unidades.
Você já deve ter imaginado o motivo: o uso dos orelhões cai ano após ano. A principal razão é o crescimento constante do número de telefones celulares. Nos dias atuais, linhas móveis fazem parte até mesmo do dia a dia das camadas da população com menor poder aquisitivo.
Se antigamente era comum nos depararmos com filas em cada orelhão, hoje, é difícil ver alguém usando estes telefones. No panorama atual, 81% dos telefones públicos realizam até quatro chamadas por dia, segundo a Anatel.
As operadas reclamam, é claro. A sindiTelebrasil, sindicato das empresas do setor, teria relatado que o custo para manter os orelhões chega a ser quase três vezes maior que a receita obtida com estes telefones.
Mas também é necessário levar em conta que pouco uso não é o mesmo que uso nenhum. A média atual de utilização de cada orelhão é de 4 minutos por dia, o que dá 120 minutos por mês. A média por mês das linhas móveis é apenas pouca coisa maior, 128 minutos.
Há outros fatores a serem considerados. Durante uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (3), um cidadão da Bahia chegou a questionar, pertinentemente, se o baixo uso dos orelhões não é auxiliado pela quantidade de telefones públicos inoperantes.
Este é um questionamento relevante, de fato: um levantamento feito em 2011 revelou que, na época, mais da metade dos orelhões estava indisponível, seja por vandalismo, seja por falta de manutenção.
O assunto ainda está sendo estudado. O único entendimento que se tem, por enquanto, é o de que o número de orelhões deve cair. Mas não há certeza nem quanto à quantidade: a redução em 60% é apenas uma estimativa inicial.
É possível contribuir para a consulta pública referente ao assunto até 26 de dezembro.
Via Tecnoblog