Por Ednardo Max,
jornalista por formação
Quero romper os mais altos níveis de Page Rank estabelecidos pela blogosfera comunicacional, além disso, também gostaria de ser filtrado e não me contaminar pelos milhares de posts sem conteúdo de relevância, assistir a indexação dos robôs do Google e estar entre os primeiros resultados das buscas orgânicas dos mecanismos de pesquisa mais importantes da web. Estou me preparando para compreender e usar a nova plataforma CS5 da Adobe e ver de perto a integração entre Dreamweaver e WordPress, sem citar os demais gerenciadores de conteúdo dos quais os usuários iniciantes poderão se adaptar, explorar e conhecer.
Preciso me sentir aquém das futilidades da grande rede e parar de assistir aos vídeos do Mundo Canibal que ainda conseguem me fazer sorrir. Quero continuar vendo os virais, mas questioná-los, assim como aqueles produzidos pelo Google Brasil para promover algo novo. Danilo Miedi é um exemplo vivo: apelos desenfreados dos cobiçados convites para o novo Orkut – não posso negar de que o marketing de boa qualidade é capaz de virar a cabeça de muita gente. Mas gostaria de ver minha conta corrente ficar azul com as moedas disponibilizadas pelo Google Adsense – é bom saber que existem cliques em meu favor – cliques em anúncios que, em alguns casos, não casam muito bem com o conteúdo do meu blog ou site.
Estou cansado daqueles capitalistas sem escrúpulos (pessoas formadas em qualquer curso), pois se aproveitam do marketing digital para vender aviões caindo em chamas e, mesmo assim, são respeitadas por grande parte dos clientes que não sabem nada do que é dito por estes profissionais nas reuniões de projetos de otimização. São homens e mulheres capazes de cobrar valores absurdos por relatórios de Google Analytics e, para isso, afirmam com a cara mais limpa do mundo que este é um serviço prestado pelas suas empresas em parceria com o Laboratório Google. Pobres jornalistas usados para traduzirem do tecnológico bruto para o verbal sem verbos. Estamos à mercê dos milhares de bytes de e-mails marcados como não lidos, dos quais o Google faz questão de exibir dentro de nossas próprias caixas postais, uma infinidade de anúncios que fazem referência a tudo aquilo que nos era, até então, particular.
Acho que gosto de apreciar o mundo por uma janela widescreen, pois, o único verde que enxergo pela manhã é daquele do tema padrão do desktop do Windows XP – sistema operacional que ainda resiste ao tempo e lugar nos HDs dos computadores comprados antes da geração Vista. E vista-se de passagem, consigo, rapidamente, informar aos meus seguidores do Twitter que vai chover, mas sem ao menos me dar conta de que isso não os interessa; digo aos amigos do Orkut que só passei pra dar um oi, mas omito a sentença de que li todas as suas últimas mensagem e espiei cada nova foto ou vídeo publicado. Não posso me esquecer daquela fazenda chata e dizer que bem sucedida para mim é aquela propriedade rural onde várias pessoas produzem com suor, onde o trabalho é árduo e debaixo do sol ardente – isso não é algo considerado tão feliz assim.
Minha vida hoje se resume em usar toda essa parafernalha eletrônica – sou obrigado, pois o PC está infiltrado em todos os setores possíveis do mercado – sem citar os lares divididos entre a TV, o diálogo familiar e as demoradas atualizações dos softwares. Estamos perdendo lugar desde o neoliberalismo até chegar aos apertados megapixels de uma tela, além de nos deixar ser consumidos em função da trama da nova Ordem Mundial. Não sou negativista e muito menos revoltado; apenas estou um pouco cansado da quantidade de informações que invadem meu dia sem ao menos pedir licença e, mesmo que houvesse permissão por minha parte, é fato que não conseguiria absorver um pouco parte tudo isso que constitui minha Matrix particular. Portanto, bem-vindos ao mundo digital.
Parabéns pelo texto. Mas foi muito saudosista, pois essa é apenas uma forma de se ver as coisas. Não falo que existe forma certa ou errada, mas que existem muitas outras opções de encarar essa situação, ou seja, a felicidade somos nós que fazemos.
Muito bom o texto!
Com certeza, a tecnologia muitas vezes podem invadir nossa vida de tal forma…
E se pararmos para pensar, é possível, mas pode ser bem difícil viver sem ela nos dias de hoje.
É fato: estamos mimados demais!
x D
Abraços!
Parabéns pelo texto, tanto pelo conteúdo assim como o vocábulo usado.