Desde que comecei a estudar informática e conhecer mais sobre as tecnologias que envolvem esse mundo, escuto dizer que os endereços de IP´s como nós conhecemos hoje estão acabando.
Visto que essa época da minha vida foi lá no início de 2007, as notícias quanto ao esgotamento do padrão IPv4 são bem mais antigas. No início da década de 1990 já se falava que cedo ou tarde a migração do padrão IPv4 para IPv6 deveria que ser feita, pois, cada vez mais a grande rede de computadores que é a internet está crescendo, e de tal forma, vai chegar uma hora que não vai ter lugar para todos.
Na última semana, a IANA (Internet Assigned Numbers Authority), órgão responsável pela coordenação global de endereços, DNS raíz e registro de protocolos de internet, anunciou a distribuição de mais dois grandes blocos de endereços IPv4, para a APNIC (Asia Pacific Network Information Centre), restando apenas 5 blocos de endereços disponíveis.
Com apenas esses 5 últimos blocos, a IANA precisou colocar em prática a política esperada, sobre distribuir os grupos restantes para os órgãos de registros regionais no mundo (RIR – Regional Internet Registry), sendo eles: AFRNIC na África, APNIC na Ásia, ARIN na América do Norte, LACNIC na América Latina e RIPE na Europa.
Portando, após essa última e necessária distribuição, a IANA encontra-se oficialmente sem endereços no padrão IPv4 disponíveis. Assim sendo, quando os endereços distribuídos aos grupos regionais acabar, não teremos mais IP´s em desuso na atual versão no mundo. Portando, será hora de entrar em prática a utilização do IPv6.
Devido as preocupações da migração dos padrões dos protocolos de internet, grandes empresas da rede como Facebook, Google e Yahoo uniram-se com as redes de conteúdo Akami, Limelight Networks e Internet Society para o primeiro grande teste na escala global do novo padrão de IP´s. A data que a união das empresas escolheu para o mesmo foi dia 8 de junho de 2011, já proclamando como Dia Mundial do IPv6 (World IPv6 Day). Pelo que se sabe, serão 24 horas de testes da nova tecnologia.
Da forma que podemos perceber, com as taxas de crescimento dos usuários da “grande rede”, ou mais precisamente, dos dispositivos que solicitam um IP para funcionar, não vai demorar nada para que dentro dos próximos anos, todos estarão trabalhando em IPv6. Especialistas alertam que temos um problema, não chega a ser tão grave como o bug do milênio na virada de 1999 para 2000, mas com certeza, não é algo simples de lidar.
Para saber mais:
Segundo o Gartner, até o final do mês passado, a América Latina possuia cerca de 64 milhões de endereços IPv4 disponíveis ainda. Pela data da pesquisa, podemos entender que esses números ainda não contavam com a distribuição recente do orgão mundial.
O padrão IPv4 suporta endereços de 32 bits, resultando um total de 4.294.967.296 endereços de IP´s válidos. Enquanto, o IPv6 trabalha com endereços de 128 bits e suportando cerca de 79 trilhões de trilhões de vezes o espaço disponível no IPv4.
Fontes: IPv6.br, CAIS – Centro de Atendimento de Incidentes de Segurança, IT Web e ComputerWorld Portugal – porém, não teria escrito esse post sem as informações principais enviadas por E-mail pelo meu ex-professor Carlos Gerling, gerente técnico da Linguagem Digital.